sexta-feira, 23 de março de 2007

Para começar alguns comentários sobre política. Infelizmente, neste pobre país tropical, abeçoado por deus e bonito por natureza não aprendemos a fazer Política. Desde 1500, a política nacional continua sendo a politicagem, a troca de favores, o "você me ajuda que lá na frente eu te ajudo."Demos alguns passos para a frente, é claro. Algumas instituições são mais sólidas que há 30 anos atrás, quando começávamos nossa lenta, gradual e segura abertura. A chegada do PT ao poder nos fez bem, Primeiramente perdemos a falsa esperança, que um partido redentor, detentor de toda moral e virtude, iria acabar com "tudo isso que está aí". A corrupção praticada pelo PT durante a primeira gestão Lula, não aumentou nem diminui em relação ao passado. A troca de favores, o clientelismo, o loteamento dos cargos públicos e a compra de venais deputados não começou com Lula, nem com ele terminará. A questão se aumentou ou diminuiu a corrupção, é de tal maneira subjetiva que terminariamos numa disputa de grandes escandâlos que assolaram nosso país desde que começamos a ter uma imprensa mais livre. Claro que terá que ser levado em conta as preferências político ideológicas de nossa imprensa, petista (Carta Capital), ou tucana (Veja, Estadão, O Globo... mídias de maior circulação). A compra de parlamentares, pura e simplesmente através do vil metal, parece ter começado no primeiro governo FHC. Claro, o Estadão e a Veja parecem ter esquecido das provas materiais que comprovam o pagamento de R$200.000,00 a parlamentares do norte para a aprovação da emenda da reeleição. Isso não desculpa o PT por seus erros. O partido se mostrou igual aos outros em relação à ética. Usou dos mesmos métodos que sempre combateu. Por um lado foi péssimo para o país, pois a esperança de milhões de militantes se viu jogada na vala comum das ilusões perdidas. Por outro mostrou-se que não será um partido e sim transformações institucionais que gradualmente irão tornar a corrupção e o fisiologismo menos endêmicos na política brasileira. A chegada de um dirigente sindical ao poder, trouxe pequenas mudanças. Uma maior preocupação com a base de excluídos foi uma delas. Tentativas de inclusão através de mecanismos de ação afirmativa(cotas) foram implementadas. Aumento do salário mínimo acima da inflação. Maior parcela dos impostos utiilizadas na transferência de renda. Política externa de maior amplitude, favorecendo a integração latino-americana e aumentando as exportações. O aumento da rede família favoreceu a reeleição de Lula. A falta de alternativa melhor porém foi determinante. O íunico partido de esquerda de tradição trabalhadora não encontrou um partido que construísse uma alternativa à altura. Nem à direita nem à esuqerda. O PSOL não conseguiu se mostrar uma alternativa viável. Ficou muito apregado aos velhos chavões leninistas-marxistas, e não se preocupou com os temas que uma esquerda moderna deveria abordar. O PSDB, se mostrou de uma incompetência sem limites. Escolheu um candidato fraco. Da direita mais reacionária, ligado à Opus Dei. Governador de um estado dominado pelo PCC. De um partido que criticava o PT, mas que no governo utilizou dos mesmos métodos para se manter no poder. Para 2010 se espera que a esquerda procure um grupo sério, com um projeto e maior retidão moral. Questões como o meio ambiente, direito das minorias e a urgente reformulação do Estado para atender os mais carentes e diminuir as desigualdades são as mais urgentes. Líderes que encabecem um projeto e façam uma coalizão baseada neste projeto, e não na disputa por cargos. Existem alguns políticos sérios que poderiam liderar essa esquerda moderna. Cristovam Buarque, Eduardo Suplicy, Fernando Gabeira, Jefferson Péres e Chico Alencar podem ser essas pessoas. Espero não queimar a língua de novo com eles. E que 2010 seja melhor.