sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O anoitecer dos tamborins

Em tempos vazios
sombras caminham pela cidade torta
luzes, só de alguns isqueiros frenéticos
em janelas altas e mornas
mergulhamos em sonos herméticos
embalados pela avenida-aorta

os semáforos insistem num verde sem fim
nos céus, surge um trôpego Zeppelin

as garrafas brindam involuntárias,
nas mãos da garçonete solitária

enquanto cães latem, num debate cego
a cidade, ao longe, se desmonta
como um castelo de lego.