Em tempos vazios
sombras caminham pela cidade torta
luzes, só de alguns isqueiros frenéticos
em janelas altas e mornas
mergulhamos em sonos herméticos
embalados pela avenida-aorta
os semáforos insistem num verde sem fim
nos céus, surge um trôpego Zeppelin
as garrafas brindam involuntárias,
nas mãos da garçonete solitária
enquanto cães latem, num debate cego
a cidade, ao longe, se desmonta
como um castelo de lego.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
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