sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O anoitecer dos tamborins

Em tempos vazios
sombras caminham pela cidade torta
luzes, só de alguns isqueiros frenéticos
em janelas altas e mornas
mergulhamos em sonos herméticos
embalados pela avenida-aorta

os semáforos insistem num verde sem fim
nos céus, surge um trôpego Zeppelin

as garrafas brindam involuntárias,
nas mãos da garçonete solitária

enquanto cães latem, num debate cego
a cidade, ao longe, se desmonta
como um castelo de lego.

4 comentários:

Carla disse...

Muito boa , gatinho !
Consegui visualizar bem a imagem desse anoitecer!
Imaginei a garçonete quase derrubando as cervejas...rsrsrs
Bjs

Márcia disse...

Perfeito Cris. Voce conseguiu transmitir a cidade desconstruida na solidao. Sugeriu, inclusive, uma imagem sinestesica.

beijao.

Mormina.

Unknown disse...

Inspirado...como sempre!Bjs

Babilônico disse...

John Fante
F-A-N-T-E, sacou.

coisa fina cido, coisa fina.
noturna rotina